Já passava das nove da noite quando…

– Papai, papai! Me ajuda aqui pra botar o despertador no celular…

– Pra que que tu quer um bicho apitando nas tuas zurêias, Duduzim?

– Pra me acordar cedo!

E assim Duduzim estendeu o braço e me entregou o telefone.

– Vou botar pras seis da manhã, tá, Duzim?

– Bota cinco e quarenta!

– Tu vai fazer o que cinco e quarenta, meu comedorzim de rapadura? Tu vai puxar o rabo do galo… É?

Ele sorriu e balançou a cabeça dizendo que sim.

Configurei o trambelho pro horário combinado e pus meu super-herói pra dormir.

Acordei as cinco e, já banhado e tomando café da manhã, vi aquela cara de sono e reprovação…

– Que foi, Duzim?

– O despertador…

– Prestou não?

– Me acordoou… Levei um susto medoim! Agora entendo porque meus amigos da escola reclamam tanto…

– Vai tomar banho, macho, pra tu não se atrasar…

E lá foi ele ainda meio sonolento.

Hoje Duduzim soube como é acordar com um despertador e não gostou nem um pouco. E é porque ele ainda não sabe o que é um boleto perto do dia do vencimento…