Baixei um filme indiano de duas horas.
Peguei aquele fone de ouvido super poderoso.
Agora era só entrar no ônibus e relaxar naquela segunda-feira chuvosa.
Na subida, uma mulher toma a frente e senta na última cadeira vazia.
Ok, vou lá pro fundo, perto da roda, me escorar num recuo minúsculo.
Fui andando e, ao chegar lá, a caixa de som do coletivo era do lado da minha orelha.
O ônibus chacoalhava e o motorista aumentava o som:
“Cheia de manias / Toda dengosa / Menina bonita / …”
Desliguei o celular e adiei a programação. Nada mais importa.
Agora eu só queria, mesmo, era uma fotografia do Raça Negra…